Nossa Senhora do Sion
#SábadodeMaria #NossaSenhoradeSion #Orapronobis #Lembraivos
"Uma senhora de porte majestoso, adornada de roupas alvíssimas e com um manto azul sobre os ombros, mais luminosa do que o sol e olhando-o com inefável doçura, parecia ter os braços abertos inclinados para ele."
Afonso Ratisbonne pertencia a uma rica família israelita de grande projeção social e muito estimada na cidade francesa de Estrasburgo. Jovem e boêmio, não tinha crença nenhuma e só pensava em festas e prazeres.
Após longa viagem ao Oriente, movido pela curiosidade de conhecer a ‘Cidade Eterna’, resolveu passar alguns dias em Roma. Quando desceu o Capitólio, seu ódio contra os cristãos foi avivado ao presenciar a miséria e a degradação dos judeus do ‘ghetto’ romano.
Tendo já percorrido todos os pontos históricos e artísticos da bela capital italiana, resolveu certo dia visitar um amigo protestante, que há muito tempo não via. Ao entrar, porém, em sua residência, o empregado equivocou-se e levou-o à presença do irmão desse amigo, o barão de Bussières, fervoroso católico, há pouco convertido do protestantismo.
Após alguns minutos de conversa amigável, travou se entre ambos forte discussão sobre religião e subitamente o barão teve uma ideia: lançou lhe ao pescoço uma medalha milagrosa, e, apesar dos protestos de Ratisbonne, disse-lhe que era apenas para testar suas teorias antirreligiosas. Afonso por educação, aceitou o presente e concordou ainda em copiar a famosa oração à Virgem, o ‘Lembrai-vos’. No dia seguinte, Ratisbonne encontrou-se por acaso com o Barão em frente a igreja de Santo André e, para fazer-lhe companhia, penetrou no templo. Ao cabo de alguns minutos, cansado de esperar pelo amigo que se dirigia à sacristia, o judeu correu a igreja como os olhos para ver se encontrava alguma obra de arte, mas, de repente, uma visão deslumbrante prendeu-lhe a atenção.
Uma senhora de porte majestoso, adornada de roupas alvíssimas e com um manto azul sobre os ombros, mais luminosa do que o sol e olhando-o com inefável doçura, parecia ter os braços abertos inclinados para ele. Sem saber como, o ateu ajoelhou-se junto à balaustrada da capela. Procurou erguer os olhos, mas a Virgem da Medalha levantou por duas vezes a sua mão e colocou-a sobre a cabeça de Afonso, obrigando-o a baixa-la. Nesse interim, o Barão de Bussiéres, apreensivo por ter feito seu companheiro esperar por muito tempo, procurou-o pela igreja e viu Ratisbonne de joelhos e imóvel. Impressionado, olhou-o de perto e percebeu que seu rosto estava pálido e banhado em lágrimas.
O barão chamou-o e Afonso abraçou-o soluçando e pediu para falar com um sacerdote.
A conversão de Afonso Ratisbonne foi um fato eloquente na Igreja e na sociedade europeia da época, tendo em vista que sua família era conhecida na Europa por conta de seus negócios bancários. Também contou para a promoção desse “choque” o fato de Afonso ser um judeu não praticante e não poucas vezes bastante debochador da religião em geral.
Um detalhe todo especial nessa história, ainda, é que Afonso portava ao pescoço, no momento da sua experiência espiritual em Santo André delle Frate, uma medalha de Nossa Senhora das Graças, a qual somente tinha aceitado usar porque lhe fora oferecida por seu amigo muito insistente, que visitara na véspera do acontecimento.
Após alguns dias de instrução religiosa, Afonso Ratisbonne foi batizado solenemente e, quando o
padre lhe perguntou o nome, respondeu humildemente:
- Maria.
Este fato ocorrido em 1842 não permaneceu isolado, pois devido a conversão de seu irmão Afonso o padre Teodoro Ratisbonne, que há muito pertencia ao redil de cristo, teve a ideia de fundar uma congregação religiosa destinada especialmente a trabalhar pela conversão do povo de Israel.
Unindo seus esforços nesta instituição missionária e movidos pelo mútuo e supremo ideal de salvar as almas, os dois irmãos ficaram imaginando qual o nome que dariam à sua ordem religiosa, fundada sob a inspiração de Maria Santíssima.
Inutilmente procurava o padre Teodoro imaginar um novo título para a Rainha do Céu, quando certo dia, após celebrar a santa missa, ao abrir um livrinho para rezar a sua ‘ação de graças’, a primeira palavra que viu foi: SION (Sião). Esse nome essencialmente bíblico harmonizava-se tão bem com a obra iniciada pelos irmãos Ratisbonne, que logo foi adotado, criando-se assim para a nova congregação o título de Nossa Senhora do Sion.
Esta obra missionária espalhou-se por todo o mundo, tendo as irmãs chegado ao Brasil em 1889, onde instalaram uma casa no Rio e outra em Petrópolis. Estabeleceram-se também em São Paulo e noutra cidades do Brasil, consagrando-se, em famosos colégios, à educação feminina. Sua primeira casa em Petrópolis funcionou no antigo Palácio Imperial, vago após a Proclamação da república. Em 1908 o colégio transferiu-se para o prédio onde esteve por muitos anos encaminhando a juventude brasileira na trilha da fraternidade cristã.
Atualmente, voltando à sua obra missionária, as irmãs cederam o tradicional estabelecimento de ensino para a instalação da Universidade Católica de Petrópolis.
Seguindo as diretrizes de seus fundadores, elas se empenham ainda em aproximar cristãos e judeus, proporcionando um maior conhecimento entre eles por meio de associações, bibliotecas, estudos e publicações, pois Maria era também ‘Filha de Sion’.
Nossa Senhora, além de inspiradora da congregação, foi escolhida pelo padre Ratisbonne como a Mãe, o Modelo e a Protetora das beneméritas religiosas do Sion.
Iconografia:
Maria está de pé vestindo a indumentária das mulheres de Israel e tem sobre a cabeça, em cima do véu curto, uma coroa de quatro pontas. Segura com as mãos, em sua frente, o Menino Jesus aparentando mais de um ano, sentado sobre ela e de costas para sua Mãe.
Lembrai-vos - Oração de São Bernardo à Nossa Senhora:
Lembrai-Vos, ó piíssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que têm recorrido à vossa protecção, implorado a vossa assistência, e reclamado o vosso socorro, fosse por Vós desamparado. Animado eu, pois, de igual confiança, a Vós, Virgem entre todas singular, como a Mãe recorro, de Vós me valho e, gemendo sob o peso dos meus pecados, me prostro aos Vossos pés. Não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Filho de Deus humanado, mas dignai-Vos de as ouvir propícia e de me alcançar o que Vos rogo. Amém.
"Uma senhora de porte majestoso, adornada de roupas alvíssimas e com um manto azul sobre os ombros, mais luminosa do que o sol e olhando-o com inefável doçura, parecia ter os braços abertos inclinados para ele."
Afonso Ratisbonne pertencia a uma rica família israelita de grande projeção social e muito estimada na cidade francesa de Estrasburgo. Jovem e boêmio, não tinha crença nenhuma e só pensava em festas e prazeres.
Após longa viagem ao Oriente, movido pela curiosidade de conhecer a ‘Cidade Eterna’, resolveu passar alguns dias em Roma. Quando desceu o Capitólio, seu ódio contra os cristãos foi avivado ao presenciar a miséria e a degradação dos judeus do ‘ghetto’ romano.
Tendo já percorrido todos os pontos históricos e artísticos da bela capital italiana, resolveu certo dia visitar um amigo protestante, que há muito tempo não via. Ao entrar, porém, em sua residência, o empregado equivocou-se e levou-o à presença do irmão desse amigo, o barão de Bussières, fervoroso católico, há pouco convertido do protestantismo.
Após alguns minutos de conversa amigável, travou se entre ambos forte discussão sobre religião e subitamente o barão teve uma ideia: lançou lhe ao pescoço uma medalha milagrosa, e, apesar dos protestos de Ratisbonne, disse-lhe que era apenas para testar suas teorias antirreligiosas. Afonso por educação, aceitou o presente e concordou ainda em copiar a famosa oração à Virgem, o ‘Lembrai-vos’. No dia seguinte, Ratisbonne encontrou-se por acaso com o Barão em frente a igreja de Santo André e, para fazer-lhe companhia, penetrou no templo. Ao cabo de alguns minutos, cansado de esperar pelo amigo que se dirigia à sacristia, o judeu correu a igreja como os olhos para ver se encontrava alguma obra de arte, mas, de repente, uma visão deslumbrante prendeu-lhe a atenção.
Uma senhora de porte majestoso, adornada de roupas alvíssimas e com um manto azul sobre os ombros, mais luminosa do que o sol e olhando-o com inefável doçura, parecia ter os braços abertos inclinados para ele. Sem saber como, o ateu ajoelhou-se junto à balaustrada da capela. Procurou erguer os olhos, mas a Virgem da Medalha levantou por duas vezes a sua mão e colocou-a sobre a cabeça de Afonso, obrigando-o a baixa-la. Nesse interim, o Barão de Bussiéres, apreensivo por ter feito seu companheiro esperar por muito tempo, procurou-o pela igreja e viu Ratisbonne de joelhos e imóvel. Impressionado, olhou-o de perto e percebeu que seu rosto estava pálido e banhado em lágrimas.
O barão chamou-o e Afonso abraçou-o soluçando e pediu para falar com um sacerdote.
A conversão de Afonso Ratisbonne foi um fato eloquente na Igreja e na sociedade europeia da época, tendo em vista que sua família era conhecida na Europa por conta de seus negócios bancários. Também contou para a promoção desse “choque” o fato de Afonso ser um judeu não praticante e não poucas vezes bastante debochador da religião em geral.
Um detalhe todo especial nessa história, ainda, é que Afonso portava ao pescoço, no momento da sua experiência espiritual em Santo André delle Frate, uma medalha de Nossa Senhora das Graças, a qual somente tinha aceitado usar porque lhe fora oferecida por seu amigo muito insistente, que visitara na véspera do acontecimento.
Após alguns dias de instrução religiosa, Afonso Ratisbonne foi batizado solenemente e, quando o
padre lhe perguntou o nome, respondeu humildemente:
- Maria.
Este fato ocorrido em 1842 não permaneceu isolado, pois devido a conversão de seu irmão Afonso o padre Teodoro Ratisbonne, que há muito pertencia ao redil de cristo, teve a ideia de fundar uma congregação religiosa destinada especialmente a trabalhar pela conversão do povo de Israel.
Unindo seus esforços nesta instituição missionária e movidos pelo mútuo e supremo ideal de salvar as almas, os dois irmãos ficaram imaginando qual o nome que dariam à sua ordem religiosa, fundada sob a inspiração de Maria Santíssima.
Inutilmente procurava o padre Teodoro imaginar um novo título para a Rainha do Céu, quando certo dia, após celebrar a santa missa, ao abrir um livrinho para rezar a sua ‘ação de graças’, a primeira palavra que viu foi: SION (Sião). Esse nome essencialmente bíblico harmonizava-se tão bem com a obra iniciada pelos irmãos Ratisbonne, que logo foi adotado, criando-se assim para a nova congregação o título de Nossa Senhora do Sion.
Esta obra missionária espalhou-se por todo o mundo, tendo as irmãs chegado ao Brasil em 1889, onde instalaram uma casa no Rio e outra em Petrópolis. Estabeleceram-se também em São Paulo e noutra cidades do Brasil, consagrando-se, em famosos colégios, à educação feminina. Sua primeira casa em Petrópolis funcionou no antigo Palácio Imperial, vago após a Proclamação da república. Em 1908 o colégio transferiu-se para o prédio onde esteve por muitos anos encaminhando a juventude brasileira na trilha da fraternidade cristã.
Atualmente, voltando à sua obra missionária, as irmãs cederam o tradicional estabelecimento de ensino para a instalação da Universidade Católica de Petrópolis.
Seguindo as diretrizes de seus fundadores, elas se empenham ainda em aproximar cristãos e judeus, proporcionando um maior conhecimento entre eles por meio de associações, bibliotecas, estudos e publicações, pois Maria era também ‘Filha de Sion’.
Nossa Senhora, além de inspiradora da congregação, foi escolhida pelo padre Ratisbonne como a Mãe, o Modelo e a Protetora das beneméritas religiosas do Sion.
Iconografia:
Maria está de pé vestindo a indumentária das mulheres de Israel e tem sobre a cabeça, em cima do véu curto, uma coroa de quatro pontas. Segura com as mãos, em sua frente, o Menino Jesus aparentando mais de um ano, sentado sobre ela e de costas para sua Mãe.
Lembrai-vos - Oração de São Bernardo à Nossa Senhora:
Lembrai-Vos, ó piíssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que têm recorrido à vossa protecção, implorado a vossa assistência, e reclamado o vosso socorro, fosse por Vós desamparado. Animado eu, pois, de igual confiança, a Vós, Virgem entre todas singular, como a Mãe recorro, de Vós me valho e, gemendo sob o peso dos meus pecados, me prostro aos Vossos pés. Não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Filho de Deus humanado, mas dignai-Vos de as ouvir propícia e de me alcançar o que Vos rogo. Amém.
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